CABEÇA ACESSÓRIA DO MÚSCULO BÍCEPS BRAQUIAL, COM ORIGEM NO TENDÃO DO MÚSCULO PEITORAL MAIOR: UM RELATO DE CASO.

Autoria de: Christopher Nedel Christofoletti¹; Thiago Medeiros Rocha¹; Lívia Felicio Andrade¹; Maria Eduarda Silva Varela¹; Ian Takimoto Schmiegelow¹; Fábio Aureliano Rafael².

1. UFSC – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.

2. UNIVALI – Universidade do Vale do Itajaí, Itajaí, SC, Brasil.

Contato do autor principal: christophernedel@gmail.com

Introdução: O músculo bíceps braquial (MBB) é um músculo localizado no compartimento anterior do braço; possuindo comumente origens no processo coracóide e no tubérculo supraglenoidal da escápula; inserindo-se na tuberosidade do rádio e aponeurose bicipital. Caracteriza-se por ter dois ventres com duas cabeças distintas, o que lhe confere o título de bíceps. Porém, não são raros os relatos de casos que descrevem variações anatômicas, sobretudo de cabeças supranumerárias (ou acessórias), variando num total de cinco, quatro, ou três cabeças, como é o caso do presente trabalho, onde relatamos o achado de um membro superior direito isolado, que possui uma terceira cabeça, com origem no tendão do músculo peitoral maior (MPM).

Relato de caso: Durante um levantamento para uma pesquisa sobre as variações do nervo musculocutâneo, onde foi feita uma inspeção em todos os cadáveres e membros dissecados do laboratório de anatomia da UFSC, constatou-se que em um dos membros isolados, havia uma terceira cabeça muito distinta no MBB, que possuía sua origem no tendão do MPM. Em nossa pesquisa, encontramos um estudo que propõe uma nova classificação para as cabeças supranumerárias do MBB. Este identificou e classificou diversas variações no número de ventres musculares do MBB, dentre elas, a variação aqui apresentada. No trabalho desenvolvido por SZEWCZYK et al (2022), 26% dos membros utilizados na pesquisa, apresentavam um MBB com três cabeças. Mas do total de membros da amostra (N=100) apenas 2 apresentaram a terceira cabeça originada no tendão do MPM.

Conclusão: Apesar do trabalho de SZEWCZYK et al evidenciar uma aparente baixa incidência (apenas 2%), se fazem necessários mais trabalhos de dissecação e pesquisa quantitativa em âmbito nacional e internacional até que se possa validar sua incidência em diferentes populações. Bem como estudar as possíveis implicações clínicas e funcionais que esta pode vir a trazer.


Descritores: Músculo bíceps braquial. Cabeça acessória. Variação anatômica.