RELATO DE EXPERIÊNCIA: A DISSECAÇÃO ANATÔMICA COMO PRÁTICA COMPLEMENTAR DE APRENDIZAGEM
Autoria de: Valenthina Baptistoti Sá¹; Thiago Medeiros Rocha¹
1. Departamento de Ciências Morfológicas, Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.
Autor correspondente: valenthinasa@gmail.com
Introdução: O processo de dissecação anatômica consiste na exploração tátil-visual de estruturas corporais. Contudo, com os avanços das tecnologias, a prática da dissecação como método de ensino vem sendo gradualmente substituída por aplicativos que simulam estruturas corporais, dispensando a interação ativa dos alunos. Diante disso, torna-se necessário a criação de projetos que resgatem o contato com a dissecação, valorizando as possibilidades que essa prática oferece para o estudo da anatomia humana.
Relato de Experiência: Este relato descreve a vivência de uma acadêmica do curso de Ciências Biológicas- UFSC no projeto de extensão “O uso de técnicas anatômicas para o aperfeiçoamento do processo de ensino e aprendizagem em Anatomia”, durante a dissecação de um cadáver. O objetivo principal foi evidenciar veias e artérias por meio da remoção de tecido conjuntivo, fáscia muscular e gordura, garantindo sua visualização clara. A primeira etapa envolveu a seleção dos vasos a serem destacados, seguida de estudo teórico prévio para compreender sua localização e relação com tecidos, órgãos e músculos adjacentes. A dissecação iniciou-se pelos membros inferiores, com ênfase na artéria femoral e na veia safena magna. Esse primeiro contato mostrou-se essencial para dominar as técnicas anatômicas e os instrumentos necessários. Em seguida, os membros superiores exigiam maior atenção devido à complexidade das estruturas. O foco foi a preservação do plexo braquial, bem como das veias cefálica e basílica, que são particularmente frágeis. Essa fase, marcada por desafios técnicos e maior número de vasos dissecados, foi crucial para consolidar conhecimentos anatômicos. Por fim, a dissecação abdominal concentrou-se nos vasos mesentéricos superior e inferior. Para isso, removeu-se o peritônio da superfície externa, mantendo a integridade dos vasos irrigantes, e explorou-se a aorta abdominal para análise de suas ramificações.
Conclusão oportunidade de observar a anatomia in loco é insubstituível para compreender a complexidade das interações corporais, oferecendo um aprendizado rico e multidimensional. Embora os aplicativos digitais sejam aliados valiosos para armazenar e revisar conhecimentos, jamais substituirão a pluralidade de detalhes e a experiência prática que os corpos humanos proporcionam. A dissecação permanece, portanto, como pilar fundamental no ensino da anatomia.
Descritores: Anatomia Humana. Dissecação. Vasos. Ensino aprendizagem. Educação.


