Reconstrução óssea: biscuit

A utilização da massa de biscuit como material de reconstrução óssea. 

O processo de montagem de esqueletos é equivalente à montagem de um quebra-cabeça. Para iniciá-lo, é necessário reconhecer as peças e seus encaixes, a fim de obter um resultado satisfatório. No entanto, em alguns casos, é possível observar a ausência de certos ossos. À primeira vista, você pode pensar: “É só reconstruir os ossos”, e aí surge a grande questão: “Mas usando qual material?”

Estruturas ósseas podem ser reconstruídas de diversas maneiras, utilizando resina, Durepoxi ou massa de biscuit. No post de hoje, abordaremos a reconstrução de ossos carpais, falanges, cartilagens costais e do corpo do osso esterno, ausentes no esqueleto de um Tursiops truncatus (golfinho-nariz-de-garrafa). Para isso, foi utilizada a massa de biscuit — técnica já aplicada no LAMEM para a reforma de vértebras, outros ossos danificados e cartilagens de um esqueleto humano pertencente ao acervo do Centro de Ciências Morfológicas da UFSC.

A maleabilidade da massa facilita a modelagem em diferentes formas, permitindo que, ao final da montagem, se obtenha uma representação aproximada do formato e da posição dos ossos faltantes.

Com o objetivo de alcançar uma representação próxima à anatomia original, a autora da montagem entrou em contato com membros do LAMAQ (Laboratório de Mamíferos Aquáticos da UFSC), que disponibilizaram fotos de livros e de uma nadadeira de mamífero aquático como referência para a restauração.

   

Com base nas fotografias, foi necessário modelar a massa de biscuit até se obter formas o mais próximas possível das originais. Em seguida, realizou-se a montagem utilizando arame e adesivo de cianoacrilato, a fim de garantir a sustentação das peças. Na imagem abaixo, é possível observar as reconstruções feitas com a massa de biscuit. Foram reconstruídos: a cabeça do úmero esquerdo, a epífise distal do úmero direito, as epífises distais do rádio e da ulna (direito e esquerdo), os ossos do carpo, as falanges proximais e distais, além das cartilagens costais, e o corpo do osso do esterno.