MONTAGEM DE ESQUELETO DE GOLFINHO UTILIZANDO TÉCNICA DE PARAFINIZAÇÃO E RECONSTRUÇÃO ÓSSEA.
Autoria de: Maria Eduarda Silva Varela¹; Gabriela Roecker Schleicher¹; Thayná Ventura¹; Christopher Nedel Christofoletti²; Thiago Medeiros Rocha².
1.Acadêmicas dos Cursos de Ciências Biológicas, Farmácia e Enfermagem da Universidade Federal de Santa Catarina.
2.Departamento de Ciências Morfológicas (MOR) – Universidade Federal de Santa Catarina.
Autor correspondente: dudavarela06@gmail.com
Introdução: a exposição de esqueletos tem grande relevância para fins didáticos no campo da educação ambiental e da museologia. Para a obtenção do exemplar, é necessário o emprego de técnicas anatômicas, como as osteotécnica, que visam ao preparo de peças ósseas as quais são maceradas, desarticuladas, limpas, desengorduradas, clareadas e preservadas para posterior montagem do esqueleto.
Objetivo: descrição e relato da montagem de um esqueleto jovem de Golfinho-nariz-de-garrafa (Tursiops truncatus), encontrado em óbito na Praia da Armação, em Florianópolis-SC, pertencente ao acervo do Laboratório de Anatomia do Departamento de Ciências Morfológicas da Universidade Federal de Santa Catarina.
Metodologia: o esqueleto, que já se encontrava macerado naturalmente, foi limpo utilizando uma solução de hipoclorito de sódio e escovas. Logo após a limpeza, iniciou-se a etapa de clareamento, utilizando uma solução de peróxido de hidrogênio a 10% (30 volumes). Para a conservação, foi aplicada a técnica de parafinização. A montagem foi realizada inicialmente com a classificação dos ossos em: crânio, mandíbula, escápulas, úmero, rádio, ulna e vértebras. As vértebras foram organizadas em cervicais, torácicas e lombares. As epífises foram coladas em seus respectivos ossos utilizando cola de cianoacrilato. As costelas foram ordenadas de acordo com sua posição. Os metacarpos e falanges, ausentes no esqueleto devido à sua juventude, foram reconstruídos com massa de biscuit.
Resultados: desse modo, a montagem iniciou-se pela coluna vertebral, onde as vértebras foram posicionadas em uma haste de metal, passada pelos forames vertebrais. Com o auxílio de uma furadeira, foram feitos furos nas laterais dos processos transversos para a passagem de arame galvanizado nº 22 BWG, fixando-se as costelas. O crânio foi articulado à coluna por meio de canais feitos no atlas e áxis. Os metacarpos de biscuit foram articulados entre si, bem como com o úmero, rádio e ulna, utilizando arames nº 18 BWG. Esse conjunto foi articulado com as escápulas, formando as nadadeiras, que, por sua vez, foram articuladas com a segunda e terceira costelas, respectivamente.
Conclusão: a utilização da técnica de parafinização apresentou eficácia na conservação dos ossos, enquanto que, a massa de biscuit proporcionou uma substituição eficaz dos ossos faltantes. Desse modo, a metodologia empregada possibilitou um resultado satisfatório, oferecendo ao observador da peça um vislumbre do formato do espécime em vida.
Descritores: Técnicas anatômicas, Parafinização, Montagem de esqueleto, Golfinho, Massa de biscuit.