Dissecação de Rim, por Amanda Figueiredo Lenz

Introdução

Este projeto de extensão tem como proposta proporcionar aos alunos uma experiência prática no estudo da anatomia humana, favorecendo o aprendizado por meio do manuseio e análise direta de estruturas corporais reais. A prática de dissecação é fundamental para que o estudante compreenda não apenas a localização e os aspectos morfológicos dos órgãos, mas também suas relações anatômicas com outras estruturas. Neste relatório, o foco é o rim, um dos principais órgãos do sistema urinário. Ele atua na filtração do sangue, na regulação de substâncias no organismo e na eliminação de resíduos metabólicos por meio da urina. Os rins estão localizados na região posterior do abdome, sendo órgãos retro peritoneais posicionados lateralmente à coluna vertebral. Durante a atividade, foi possível identificar características externas e internas do rim, como a cápsula renal, o hilo, o córtex e a medula, além das estruturas envolvidas em sua vascularização e drenagem. A dissecação contribuiu significativamente para o entendimento da anatomia funcional do órgão e de sua importância na manutenção do equilíbrio do organismo.

Materiais

Os materiais utilizados foram:

● Bisturi e lâmina 10

● Tesoura iris

● Pinça anatômica com ponta fina

● Pinça anatômica com ponta grossa

Dissecação e resultados

Após orientações iniciais do técnico Thiago, foi iniciada a dissecação de um rim humano, com foco na exposição de suas estruturas anatômicas internas e vasculares. Inicialmente, o rim apresentava-se íntegro, sem cortes prévios. A primeira etapa consistiu na limpeza da região hilar, utilizando-se pinça anatômica e tesoura Íris. A técnica empregada foi a de dissecação romba assistida por tesoura, que consiste em tracionar delicadamente o tecido conjuntivo com a pinça e inserir cuidadosamente a tesoura entre as camadas para realizar cortes de separação ao abrir as lâminas. Esse procedimento permitiu a liberação e melhor visualização dos vasos e do ureter na região superficial. Durante essa etapa, foram identificadas estruturas vasculares acessórias, compatíveis com variações anatômicas. Observou-se uma artéria polar superior, localizada na extremidadesuperior do rim, e uma veia polar inferior, situada na porção inferior. Essas estruturas acessórias se originam e drenam fora do hilo renal, sendo clinicamente relevantes por sua variação em relação à vascularização renal clássica. Em seguida, foi realizado o preparo do ureter, que se apresentava em extensão total. Com o auxílio da tesoura Íris, foi feito um corte que reduziu seu comprimento para aproximadamente 10 cm, facilitando o manuseio e a visualização do rim durante o restante da dissecção. A porção inicial do ureter, originada na pelve renal, foi preservada para fins de observação anatômica.

Na sequência, procedeu-se à realização de um corte frontal no rim, utilizando-se exclusivamente sua face posterior como base para o procedimento. O objetivo era permitir a visualização da medula renal e das pirâmides renais. A incisão inicial foi feita com bisturi e lâmina nº 10, permitindo um corte mais firme e profundo, seguido de um acabamento com lâmina nº 23, que proporcionou maior precisão e controle no contorno das estruturas. Durante a progressão do corte até a exposição da medula, foi realizada simultaneamente a limpeza da pelve renal e dos vasos ao redor, utilizando dissecação cuidadosa para evitar danos às estruturas anatômicas. Houve uma atenção especial na preservação das estruturas vasculares e urinárias, garantindo uma boa visibilidade das regiões anatômicas envolvidas. Após o corte frontal, o rim foi colocado em álcool 90% por dois dias para remover a glicerina e desidratar o tecido, ajudando a firmar as estruturas e prepará-las para o armazenamento e manipulação posteriores. Depois desse período, o rim foi imerso em glicerina por dois dias para preservar suas estruturas e permitir uma melhor visualização durante a dissecação, tornando o tecido mais translúcido e maleável. Por último, foi realizado o acabamento do corte no rim utilizando a lâmina nº 23, uma lâmina mais fina e precisa. Esse procedimento teve como objetivo refinar a incisão realizada anteriormente, garantindo que a superfície do corte ficasse limpa e bem definida, permitindo uma visualização mais clara das estruturas internas do rim, como a medula renal e as pirâmides renais. O uso da lâmina nº 23 proporcionou maior precisão e controle no corte, possibilitando um acabamento que facilita a análise anatômica detalhada das camadas internas do rim, deixando-as adequadas para observação posterior.

Imagens:

Imagem 1: Corte frontal mostrando a face posterior do rim dissecado, com evidência da pelve renal e dos vasos associados.

Imagem 2: Corte frontal do rim preservado, evidenciando a anatomia interna.

Conclusão:

A dissecação do rim foi um processo enriquecedor que não apenas permitiu explorar as estruturas anatômicas, mas também destacar aspectos importantes que merecem atenção. A técnica de dissecação romba foi fundamental para a preservação das estruturas vasculares e do ureter, permitindo uma visualização clara das artérias e veias polares acessórias, que variam de acordo com cada indivíduo. A realização do corte frontal e a preservação cuidadosa da medula renal e das pirâmides renais foram essenciais para a compreensão das funções internas do rim, especialmente quando associado à limpeza da pelve renal e dos vasos ao redor. A imersão do órgão em glicerina e álcool garantiu a conservação ideal para uma análise detalhada. O processo todo demonstrou a importância de cada detalhe no estudo da anatomia, e me fez perceber como a dissecação, embora técnica, é uma ferramenta poderosa para entender as complexidades do corpo humano e a importância de tratar cada órgão com o respeito e a precisão que ele merece.