A NECESSIDADE PRECOCE DA NICOTINA E A BANALIZAÇÃO DO VÍCIO POR MEIO DO CIGARRO ELETRÔNICO: UMA REVISÃO NARRATIVA
AUTORIA DE: Sabrina Albrecht Kraisch1; Maria Eduarda Silva Varela1; Bianca de Andrade Lopes¹; Christopher Nedel Christoffoletti1; Diego Martins1
1. Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, SC, Brasil.
Autor correspondente: sabrina.kraisch@gmail.com
Introdução: O cigarro eletrônico (CE) é um dispositivo que simula o ato de fumar tabaco. Popularizou-se na China a partir do ano de 2003, com crescente distribuição pelo mundo. A composição exata do CE não é descrita com clareza pelos fabricantes, porém possui nicotina como componente principal, substância relacionada ao vício. Outros componentes incluem a glicerina vegetal como espessante da fumaça, essências, e acetato de vitamina E. A venda e comercialização do CE no Brasil é proibida (Resolução 46/2019) pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). A fisiopatologia das doenças relacionadas ao CE permanece incerta, no entanto, o número de casos de doenças pulmonares em usuários do CE tem crescido nos últimos anos.
Objetivo: Descrever o público usuário do CE, motivos de consumo e doenças relacionadas ao dispositivo.
Método: Revisão narrativa, elaborada através de buscas nas bases de dados, Pubmed e Scielo, utilizando os descritores “electronic cigarette” e “Brazil” e “disease”.
Resultados: Foram analisados 7 artigos, de acordo com Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em 2019 a maior parte dos usuários do CE no Brasil possui idade entre 18 a 24 anos. A motivação do uso é diversa: considerado como menos nocivo e substituto ao cigarro de tabaco, relacionado ao bem-estar em redes sociais, considerados mais fáceis de usar em espaços onde proibidos ao fumo, ou ainda vistos como ansiolíticos. A vaporização do conteúdo do CE pode liberar no corpo metais como cromo, lítio e ferro, além de acetato de vitamina E, esta última a nível microscópico pode vir a alterar a composição e permeabilidade da membrana celular, causando estresse oxidativo. Além disso, substâncias derivadas da queima dos espessantes da fumaça como formaldeído e glicerol, podem causar redução da homeostase lipídica. O uso diário do CE vem sendo relacionado a doenças que se iniciam por alterações morfológicas do trato respiratório, como redução da atividade ciliar, lesões da cartilagem traqueal, aumento de tecido fibroso nos brônquios, e muitas outras que podem vir a desenvolver doenças classificadas como EVALI (e-cigarette, or vaping, product use-associated lung injury). Tais doenças incluem bronquites, pneumonias, nódulos pulmonares e câncer.
Conclusão: O público que mais consome o CE são jovens, a motivação do uso é diversa. As doenças relacionadas ao uso do CE são diversas, acometendo principalmente as vias aéreas e os pulmões.
Descritores: Cigarro eletrônico. Alterações pulmonares. Doenças.
Apoio Financeiro: Programa de Educação Tutorial (PET – Biologia).